Como se comportam as empresas quando a seta do Cúpido, acerta em cheio, por exemplo, num director-geral e na sua directora financeira?
Foi a decisão mais difícil que teve de tomar. Num dos pratos da balança estava o emprego da sua vida numa grande empresa de origem norte-americana. No outro, a relação amorosa com o director-geral.
Cláudia (nome fictício) teve de escolher entre o cargo de directora financeira e um amor que nasceu no escritório. Optou pela segunda hipótese. "Não escondo que foi com algum sacrifício pessoal. A vida é feita de escolhas", observa.
A protecção da identidade é justificada pela reserva da vida privada do actual marido, que se mantém à frente dos destinos da empresa, e de quem já tem um filho.
Quando decidiram assumir a relação, deram o primeiro passo para a saída de Cláudia. É que, apesar de não haver uma regra escrita que limitasse as relações amorosas entre colaboradores, era ponto assente que a convivência directa, entre os dois não era benéfica para a organização.
"Eu achava que a minha saída era inevitável. Quando tornamos o caso público, sabíamos que era uma empresa norte-americana e o que isso implicava. Eu reportava directamente a ele e não podia simplesmente mudar de departamento.
Afinal era a directora financeira", recorda. Mesmo "totalmente apaixonada pela empresa", Cláudia escolheu ficar com a pessoa com quem, antes, partilhava responsabilidades. Foi o próprio director-geral que deu conhecimento do caso, surpreendendo os colegas no escritório. A saída foi apoiada pela organização, que ajudou Cláudia a encontrar trabalho.
Nunca lhe pediram para ficar, apesar das competências profissionais que sempre demonstrou ter.