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Amor & Sexo - Margarida menezes diz que não aceitar a imagem é problema

Sem vergonha do seu corpo

As pessoas tornam-se mais retraídas e isso pode ter influência no acto sexual

Se não gostarmos de nós, quem gostará? A questão não é nova e tem sido bastante debatida. E é a pura verdade. Todas as pessoas criam uma imagem fantasiada de si e do seu corpo, mas quando é demasiado distorcida , torna-se uma entrave no relacionamento com os outros. Especialmente a nível sexual.


"Lidar bem com o corpo tem a ver com a imagem que a pessoa tem de si própria. Todos nós temos uma imagem fantasiada, que pode ser muito distorcida ou não. Se a imagem que tem de si próprio é negativa, é possível que crie uma inibição. A pessoa torna-se mais retraída com os outros., especialmente se for um relacionamento mais sexual ou pessoal", explica ao 24horas Vasco Catarino Soares, psicoterapeuta e director da Clínica Insight - Psicologia.

 

Margarida Menezes, conhecida por ter fundado o Clube das Virgens, admite que aceitar o seu corpo foi sempre um problema. "Desde criança que sempre rejeitei o meu corpo. Mesmo na fase do crescimento. Lembro-me que quando tinha actividades na piscina, com 10 ou 11 anos, sentia vergonha por me despir à frente das colegas ", conta a jovem.


Passados tantos anos, os complexos permanecem. "fecho sempre a porta do quarto quando me visto e quando vou ao ginásio tranco-me na casa de banho, para ter de trocar de roupa, para ninguém olhar para mim. Sei que não é muito normal. É um complexo que a minha cabeça transforma em algo grande, sem o ser", reconhece.

Construir imagem realista

O facto de se olhar no espelho e ver algumas borbulhas na cara, um cabelo fino, as coxas mais gordas do que deseja e uma barrinha deixam-na trancada em si mesma. "Gostava de encontrar um namorado, mas só de pensar que tenho de me despir à frente dele coloco logo uma barreira.

Acabo por fugir do contacto com os outros", assume a jovem.


Margarida nunca procurou ajuda especializada, apesar de reconhecer que a possibilidade não está descartada. Não é a única com este problema. "O que se procura é que as pessoas construam uma imagem mais realista de si.

A própria pessoa dificilmente o consegue fazer. A ajuda terapêutica serve para isso, para ajudar a reflectir", refere Vasco Catarino Soares.


O psicoterapeuta explica ainda que este é um processo que pode levar ano e meio a dois anos. "Tirando a percentagem que desiste de lutar por si, para os que ficam a taxa de sucesso é grande.

Exige luta pessoal, mas estando empenhada a pessoa está preparada para evoluir", acrescenta o director da Insight-Psicologia.